A vida passa mais rápido do que relógio de cuco. A vida passa mais célere que fórmula 1. A vida é coisa de tirania, e uma coisa que acontece, quando estamos concentrados a planeá-la, alguém há-de já ter dito. É coisa de filme, e é o filme da nossa vida. E a minha este ano, sem FLIP, vai ser coisa estranha de viver.
Começaram a chegar as primeiras mensagens: -Van, você não vai na FLIP?
A Festa Literária Internacional de Paraty está a rasgar no calendário, mês sete está aí, e este ano não tenho desculpa para pôr a prosa a verter de um lado de Atlântico para outro. Milhares de quilómetros e conta bancária fazendo eco não é receita que se prescreva.
Mas será, em cinco anos, o meu primeiro ano sem FLIP e já comecei a sentir palpitações, uma evidente arritmia, o peito apertado de alguma ansiedade e nem com cachaça a coisa acerta, porque me hei-de sempre lembrar da esplanada do Café Paraty tomando uma Gabriela, ora, Cravo e Canela, nem mais.
Aperta peito, aperta. Sobretudo agora que o Hector Abad Faciolince - apresentado pelo Jorge, na prosa do "Somos o Esquecimento que Seremos" - confirmou que também ele, andará pelas ruelas paratienses, polvihando de magia literária as pedras pé de moleque, depois de nomes como Isabel Allende, Salman Rushdie, Gay Talese, Azar Nafisi, Chico Buarque, Ali Smith...já terem gasto solas à procura de um bolinho caseiro, ou tentando a arte do equilíbrio, depois de uma noitada, que boémia em Paraty é coisa certa de se fazer. E tem magia. E o Olimpo há-de ser parecido. Não provarei, então, o elixir que sempre me reinventava a vida. Acho que é aqui: algo acontece no meu coração!
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