quarta-feira, dezembro 17, 2008

segunda-feira, dezembro 15, 2008





Baco de fim-de-semana

De.gustações!!!
Sábado em casa da Lu.Carol
Ficha Técnica
Vinícola Quinta Nova de Nossa Senhora Do Carmo
Marca/Linha Grainha
Uva Tinta Roriz / Touriga Franca
Safra 2005
País Portugal
Região Douro

QUALIDADE: Aloirado doce - Reserva Tawny
ORIGEM Portugal - Região Demarcada do Douro
SUB-REGIÃO Tabuaço; Ervedosa do Douro (Cima Corgo); Numão (Douro Superior).
CASTAS Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta
Barroca, Tinto Cão
IDADE DAS VINHAS 20-40 Anos
TIPO DE SOLO Xisto
ENVELHECIMENTO
Lotação de Vinhos do Porto seleccionados entre os melhores
de cada colheita, envelhecidos em casco de carvalho, cuja
média de idades é de 5/7 anos.
ENOLOGIA Jorge Manuel Pintão / Luís Rodrigues
NOTAS DE PROVA: COR ALOIRADO com tons acastanhados.
AROMA Com nuances de frutos secos, fumo e baunilha.
PALADAR Macio, com um final longo e persistente.

Domingo, em caso do António...

Rio Sol, Branco, 2006
Região: Vale do São Francisco, Brasil
Produtor Dão Sul/ViniBrasil
Classificação: Vinho Fino Branco Seco
Castas: Chenin Blanc, Moscato Canelli
Vinho brasileiro feito por portugueses. Suspeitíssima, eu, a enóloga é minha amiga!

Montado, 2006
Vinho Regional Alentejano
Castas: Alva, Tamarez, Rabo de Ovelha
Notas de Prova:
Cor: Amarelo com laivos esverdeados
Aroma: Lichias, nêspera, lima e ananás
Paladar: suave, frutado, e com maciez equilibrada
Nota: médio

Cabriz
Colheita Seleccionada Branco
2007
Região: Dão
Classificação: VQPRD/DOC Dão
Castas: Malvasia Fina, Cerceal, Bical, Encruzado

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Lista de natal

Chega esta época do ano e parece que algo acontece, realmente, na vida das pessoas. Uma série de manifestações esquisitas (a que já deveria estar habituada, porque o ritual repete-se) levam-me a pensar que, apesar de tudo, os consultórios psiquiátricos colectivos são, nesta altura, bem mais caros do que a terapia diária. Presume-se! É. E essa função é bem cumprida pelos shoppings e toda a espécie de lojas comerciais, que plasticamente usam, de orelha a orelha, o sorriso elástico dos empregados formatados para nos convencer a dedilhar os dígitos mágicos: c.r.é.d.i.t.o
Estranha e esquizofrénica palavra, porque esses mesmos empregados têm um ar, tudo menos, credível! Ahhhh!não gosto do Natal, particularmente, pela histeria coletiva. Mas gosto dos "sabores" do Natal e o que isso representa para mim. É a única época do ano em que - há dois anos – vou a Portugal. São 11 meses fora, e um mês para matar todas as saudades e renovar-me!Um mês chega, costumo dizer...embora, às vezes, queira voltar só um bocadinho às pequenas coisas que me deixam derretida pelas minhas pessoas...

Por isso, a minha lista de Natal, talvez seja a menos sofisticada do mundo. Mas é a que me vai dar o maior sorriso planetário, de orelha a orelha (quase com cara de ET.). A sensação mais esgotada de realmente achar que a vida vale a pena por isto...Coisa de emigrante, talvez!

lista de Natal- os milhares de abraços da família e a gritaria na véspera de natal;

- as primeiras palavras da Sara e da Beatriz;

- decantar o vinho com o pai;

- Rabanadas da minha mãe;

- e colo dos dois;

- deitar a cabeça no ombro do meu irmão enquanto a lareira crepita;

-as mil perguntas dos meus amigos até se habituarem de novo às minhas piadas de que só eu me rio (alerto: infelizmente não consegui mudar e os meus irmãos brasileiros riem-se mas não as entendem, tb. Mas são uns queridos, porque não me querem deixar ficar mal);

- o cheiro da terra molhada no jardim;

- dos cafés prolongados com os amigos;

- dos almoços em casa dos avós que insistem que estou muito "magrinha" (mera impressão estereotipada, porque como dizem as amigas "és uma falsa magra". ok!) e tenho de comer dois pratos de coelho estufado com arroz, seguido de queijo branco, chocolate, fruta, doce, vinho, doce e uma bagacinho para “compor”;

- os ciúmes e as reclamações dos amigos (estás sempre com a agenda preenchida, não vais ter tempo para mim? – não é bem assim, vcs é que trabalham demais);

- dormir no sofá (mania que desenvolvi no tempo das insónias);

- andar de metro, e ver afinal em que mudamos, nós portugueses, apercebendo-me do quão antropológica é a experiência;

- café, café, café, café, café...

- os jantares prolongados de peixe grelhado e “Planalto” ou “Muralhas”;

- as viagens de comboio;

- as caminhadas pelas ruas do Porto;

-do cheiro de Lisboa;

-ler um livro no café;

- das noitadas no Pipa Velha;

- dos regressos, das idas e vindas e dos afectos;

- do frio;

- do cheiro a chegar;


É! Chegamos a uma altura em que relativizamos o resto. Serenamos e aprendemos a perceber a vida é mais leve do que o peso lhe damos!

segunda-feira, dezembro 08, 2008



5 minutos de fama!

Não se pode dizer que as minhas amigas me tratem propriamente mal. "É brincadeira!" Vinho e Narguilé (será que é assim mesmo que se escreve?) à tarde e conduzir a TL delas ao fim da noite - nos meus 5 minutos de fama pelo desafio da Lu.
-ok, Van agora passamos a heitor. Vai dirige aí!
-ah, não.hoje não! é tarde e além disso a dor de barriga não deixa.
-esquece isso. vai troca comigo!
-Hã!
-Vai! (essa é da Carolina)... Uma diz mata, a outra esfola!
-É diferente! E o acelerador bem lá em baixo!
-Só dá um tempo! Vai!
- Ok!
-Deixa engrenar!
-Vamos!
-5 minutos depois estava como uma criança, a quem tiram um doce! Já chegamos?Espectacular! Um cheiro de TL! Vai Lu e Carol! Vai haver uma próxima na vossa Teresa Louca? Prometo fotos da verdadeira para breve!

fim-de-semana


V.1 Geleia de frutas vermelhas. Cereja, framboesa. Final de boca, delicioso! Ainda por cima premiado! Entendo melhor Baco quando o vinho escorrega. Sessões de domingo à tarde em casa da Lu e da Carolina!
V.2 Adega Maior, 2007. Branco...
Ananás, escorregadio!Pelo senhor dos cafés. Nabeiro. Alentejanos. Não encontrei a foto do branco!E não se queixem se estiver fora da linha! um ano a provar dos melhores vinhos deixa qualquer balança de TPM!

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Entregou à hora certa. Sem atrasos, preguiças ou desculpas que justificassem um lento chegar do corpo ao tempo. E ainda as acácias não tinham acordado. Cheirava a café passado no filtro, sem dor. E ainda não tinham colocado açúcar para aquela madrugada. Calcorreou pelo meio da rua, como não podia fazê-lo à hora infernal da dança dos carros e da sinfonia das buzinas e dores humanas. Pôs-se em bicos de pé para se equilibrar na linha amarela que dividia um e outro sentido da rua. Quase escorregara com a humidade da manhã que acorda contrariada. Equilibrou-se. Dobrou os joelhos para apertar o cordão da bota velha. Caiu. Molhou a entrega. Rasgou! Gelou de medo. Levantou-se. Dobrou-a! E deixou um pedaço de si, na boca daquele correio. E saiu, com os olhos humecidos da manhã que começava sem açúcar!

quinta-feira, dezembro 04, 2008

quarta-feira, dezembro 03, 2008

meu companheiro de metrÔ!!!

I don´t want to stay here, Eu quero voltar para a Bahia!



Versão original, num quase-video que não chega a sê-lo!beijocas

Para ver frame-a-frame Sampa



Amanhã (4), 19h30, inaugura Expo.São Paulo 300mm

São Paulo à lupa, pelas lentes de dissecadores de espaços urbanos e o olho clínico de um grande amigo meu: A. Cafcalas.
Para ver, devagarinho, nas entrelinhas, como a cidade se constrói e desconstrói pelo olhar e por fragmentos de imagens que, além de contarem histórias pessoais, avivam uma cidade fugaz e líquida como Sampa. Aqui, com cerca de 18 milhões de habitantes, os laços que se amarram são como cordas de roupa a secar: provisórias, esfiapadas, às vezes presas por molas que caem ou partem. Até (cor)romper!

São Paulo 300mm foi concebida para a Arco, Madrid 2008. Por cá, um "zoom in" feito pelo Caf, que revela uma outra São Paulo, a dele, a nossa, um pouco mais minha, a de milhões de pessoas que (sobre)vivem neste caos provisoriamente perene, ou às vezes lhe passam ao lado, de olhos fechados, viciados! Convergente/divergente com olhares que quase nunca chegam ao pormenor de uma lente fotográfica 300mm.
Valiosa pelo conceito, pela forma como foram construídas as imagens, a exposição constrói uma "arquitectura" da cidade- sentido lato. As histórias frame-a- frame, tela-a-tela.
Para um olhar mais atento, a expo é um zoom muito pessoal da cidade: De cima - com as fotos aéreas PB do Nelson Kon; até às vísceras invisíveis da cidade: com fotos sobre o trabalho do writer (grafiteiro) Zezão que "fuça" os esgotos a spray, com suaves azuis... Uma simbiose que se deve à curadoria, num ensaio único e bonito sobre uma cidade que também é a minha!

Serviço

São Paulo 300mm

De 04/12/2008 a 21/02/2009
Com curadoria dos arquitetos Ariadna Cantis (Madri) e Alexandre Cafcalas (São Paulo), é uma produção do Miniserio de Vivienda de España para a feira de arte ARCO 2008 de Madri, que teve o Brasil como país convidado.
Atividades
Mesa-Redonda: São Paulo 300mm.
Ficha técnica
Obra: 28 Fotografías
Autor: Nelson Kon, Andrés Jaque Arquitectos, Bob Wolfenson, Tuca Vieira, Filipe Berndt, Ignacio Aronovich, L. Margotto, M. Ursini y S. Salles

Horário de visita
Segundas, das 8h às 20h, terças a sextas das 8h às 21h. Sábado, das 9h às 15h

Lugar
Instituto Cervantes
Av. Paulista, 2439 - planta baja
01311-300 São Paulo
(BRASIL)

Para saber mais ir a Instituto Cervantes, SP

quinta-feira, novembro 27, 2008

domingo, novembro 23, 2008

Os dias em que fui Penépole Cruz, Johanssen e Isolda

Esta semana fui Penélope Cruz e Scarlet Johanssen, dormi com o Javier Bardem, para compensar algum dissabor de Barcelona - várias vezes - e ainda bebi vinho com o Tristão à beira de um ataque de nervos por causa da Isolda- também era eu, acho! Esta semana fui assim, uma quebra-corações. Vou-me embriagar de ficção nos próximos tempos. Estou a precisar de uma overdose dela






sábado, novembro 22, 2008

Dias Plásticos: ingredientes dia "fast-food"

Acordar às 12h
Levantar da cama (20 m)
Banho (10 m)
Sumo de pêssego (7 segundos)
Papaia (2 m)
Ler (2h)
Planos para sair (30 m)
Agenda cultural (10m)
Vontade de sair (10 s)
Chuva (2h)
Internet (2h)
chat (1h)
Café (10m)
Internet(1h)
chat (2h)
Esperança que o dilúvio se vá (10s)
Trovejar (3 s)
Internet (1h)
Chat (20m)
Internet (30m)
chat (10m)
Preparar Sopa de mandioca (5 m)
Tomá-la (10m)
Perder tempo a colocar este post (5m)
Filme: (2h)
Sono de princesa e ainda com o dilúvio lá fora (????)

Para ler, com a boca


Do Desejo; e Da Noite
Hilda Hilst



E por que haverias de querer minha alma
Na tua cama?
Disse palavras líquidas, deleitosas, ásperas
Obscenas, porque era assim que gostávamos.
Mas não menti gozo prazer lascívia
Nem omiti que a alma está além, buscando
Aquele Outro. E te repito: por que haverias
De querer minha alma na tua cama?
Jubila-te da memória de coitos e de acertos.
Ou tenta-me de novo. Obriga-me.
(Do Desejo - 1992)

* * *

Colada à tua boca a minha desordem.
O meu vasto querer.
O incompossível se fazendo ordem.
Colada à tua boca, mas descomedida
Árdua
Construtor de ilusões examino-te sôfrega
Como se fosses morrer colado à minha boca.
Como se fosse nascer
E tu fosses o dia magnânimo
Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer.
Do Desejo - 1992)

* * *

Que canto há de cantar o que perdura?
A sombra, o sonho, o labirinto, o caos
A vertigem de ser, a asa, o grito.
Que mitos, meu amor, entre os lençóis:
O que tu pensas gozo é tão finito
E o que pensas amor é muito mais.
Como cobrir-te de pássaros e plumas
E ao mesmo tempo te dizer adeus
Porque imperfeito és carne e perecível
E o que eu desejo é luz e imaterial.
Que canto há de cantar o indefinível?
O toque sem tocar, o olhar sem ver
A alma, amor, entrelaçada dos indescritíveis.
Como te amar, sem nunca merecer?
Da Noite - 1992)

Sem prozac nem xanax, olhos nos olhos com o Planeta


Um link que, além de importante, alerta - a brincar - o quão irresponsáveis somos. A saúde do planeta há muito está debilitada. Preocupa-me não a convalescença, mas o processo degenerativo, ainda demasiado silencioso. Estamos a ficar sem fôlego.Já pensaste no que andas a fazer por ele?

terça-feira, novembro 18, 2008

Itinerários

Os classificados do jornal anunciam que homem branco, 38 anos, chamado Kliforf Bertz desapareceu na madrugada de anteontem. Vestia calças castanhas, vincadas, gastas, puídas, cunhadas com a marca “Dos Hermanos”; camisa axadrezada, estilo toalha de mesa italiana- vermelha e branca. Foi visto pela última vez na rua Karl Marx,
às 23h09m, enquanto tentava atravessar a rua. Na altura, o rosto tinha uma barba rala de três dias, usava sapatilhas estilos anos 80 e corria “como se estivesse a fugir de alguém”. As informações foram apuradas pela polícia, a partir do relato de um mendigo que dorme no Jardim da praça Lenine, no cruzamento entre as ruas Karl Marx e Pedro II. O mendigo – mais tarde apuraram qual a chapa de cidadão nacional, embora o sujeito não portasse bilhete de identidade – gesticulava sempre que falava, como se estivesse a espirrar tinta com as mãos para a anarquia branca de uma tela virgem. As autoridades que levantaram diligentemente a informação – apenas falhando nas vírgulas e na ortografia – tiveram de acreditar, temporariamente, na palavra do homem, que se auto-intitulava Picasso. “É nome, não apelido. Minha mãe achou que era aberração da natureza, disforme e parido sem ser convidado pelas graças da Humanidade. Alguém lhe falou do pintor. E ficou Picasso, simplesmente. Mas com “kapa”: Pikasso! Sou pastor de rua. Ajudo as pessoas a encontrar o caminho para casa".

sexta-feira, novembro 14, 2008

Viagem de fim-de-semana



Esta será a minha viagem no fim-de-semana. Depois conto-vos como foi. É bom ter um lançamento em tempo real deste lado do oceano. Caso contrário teria de pedir que mo enviassem! Espero que a viagem dure muito. Até encontrar, onde me esperam!

sexta-feira, novembro 07, 2008

Geração Rasca #2

Iam para a cama com o "Vitinho", cresceram a ver MacGyver, um tal de "Duarte e Companhia" e são do tempo em que K7 era sinónimo de música. Um certo jornalista e uma certa ministra da Educação traçaram-lhes o destino: "Geração Rasca". Nunca mais foram os mesmos. Atravessaram oceanos, sairam de mochila às costas para galgar uma certa ideia de cidadania. Estão aí, espalhados, a viver sonhos e a fazer do mundo um laboratório. A "Crónica Luna Samba" anda à procura desses portugueses e, quinzenalmente, publicar aqui neste blog o que a geração rasca anda a fazer. Segue a segunda dose!

[-Rum, bulas médicas e o charuto ali tão perto. Um quase pirata das Caraíbas, a resgatar o sonho dos trópicos-]


Faz do trabalho um destino de férias e diz que os melhores remédios para a saudade são o samba, merengue, Batxata e... caipirinhas. Às vésperas de embarcar, não sabia bem o que, afinal, ia fazer no país da "cidade perdida" do actor/realizador Andy Garcia. “No hay problema"! A vida é como um medicamento: ou tomas logo, ou fica fora de prazo. Tomou dose dupla. "Es usted que sabe!"

[Zoom in] Miguel Nogueira, 27, Lisboa, São Sebastião da Pedreira

[Fermento Royal] Instituto Superior de Economia e Gestão – Gestão, Lisboa

[Fuso horário] Santo Domingo, República Dominicana, Controller na Sanofi-Aventis

[Mapa Mundo] Passei por São Paulo: aprendi que, quanto mais longe estás de casa, mais orgulho tens do país onde nasceste, ainda que com a distância e através de um simples exercício de comparação consigas objectivamente (o mais possível) fazer uma análise dos pontos mais negativos que assolam Portugal...

[KIT S.O.S] A maior aventura deve ser esta: país "desconhecido", onde todos andam armados e frequentemente embriagados; factor da língua, e um país com uma cultura marcada fortemente pelo "Império" americano, com traços de orgulho nacional

[KIT Costura] Saí de Portugal porque gosto de desafios. Quis enriquecer o meu currículo e ganhar experiência num sector altamente atraente para mim e, claro, procurava melhores condições financeiras.

[Q.I] Aproveitar a proximidade de Cuba, México, EUA e viajar, viajar, viajar... Tentar repensar boas oportunidades de emprego, negócio...

[S.a.u.d.a.d.e.] Família, amigos~; da nossa gastronomia, vinhos portugueses, café delta, Bairro Alto, Super Bock, Acesso à cultura internacional: concertos, teatro, cinema.

[Oxigenar os neurônios] Conhecer melhor que povo é este, circulando por todos os meandros e classes. Ler em espanhol, ver filmes com legendas em espanhol. Sair e ficar só a observar as pessoas e seus rituais.

[TPC] ACABAR com as "cunhas", os "jobs for the boys". Implementar uma política de gestão no governo, tentado gerir o país como se de uma empresa se tratasse... Retirar os "sanguessugas" do governo. Implementar uma campanha de "Orgulho de ser português", "orgulho do que é português"...

[Prémio Nobel da Paz]
O Microcrédito de Muhammad Yunus, fundador e presidente do Grameen Bank. É para mim uma das melhores ideias do mundo contemporâneo e apenas possível para alguém puramente benévolo. Outra ideia: reduzir a escalada de armamento, através de diplomacia. Apenas através da diplomacia se conseguem obter resultados. Mais: investir fortemente em soluções ecológicas de transporte e de energia.

[Ger.ação Raz/ca...] Não existe. O que existe são pessoas que não marcam nada nem ninguém nas suas vidas. Que vivem conformadas com o que os media e os governos dizem, nomeadamente a ideia de que não podem fazer nada relativamente ao poder (podre) instituído, às mentalidades retrógradas.

Gostaria que os portugueses que pudessem ter a oportunidade de viver uma experiência no estrangeiro a aproveitassem. Programas como DaVinci, Erasmus, InovContacto, Civiweb,etc... são para se aproveitar, expandir a mente e voltar eventualmente a Portugal com mais conhecimento, com novas maneiras de pensar, de fazer, de produzir, de inovar.

Next Station:"Próxima Estação"

Comecei a minha fase “próxima estação”. Depois da fase “gasta solas”, da fase “catraca” e da temporada “quase-triatlo” (bike, penantes) – e esta ainda está na lista quando não chove- entra agora, desde a passada segunda-feira (3), a época "tuuu-alarme-abre-porta-fecha-porta-plick-automático". Levantei-me e segui os meus passos até ao submundo dos transportes colectivos da capital paulista (pormenor: começando a fase varanda, também, com vasos e árvores debruçadas sobre o parapeito; fase faiança portuguesa, com pratos quase pintados de fresco na parede; fase kitsch com uma cozinha amarela completamente pop e fogão anos 70; bom enfim: fase com ar de ano novo, mas desta vez sem ter engolido 12 uvas passas).
É. Depois de 2006 ter sido o ano a pé, 2007 e 2008 não se fizeram rogados à familaridade dos “pontos de ônibus”, seguido do “roça-roça-costas-com-costas”, antes e depois da catraca (ah” os torniquetes!). Fim de 2008 já quase que expulsa os últimos meses, em jeito de ensaio para a mobilidade de 2009 que, sim, é a fase “próxima estação” – acho que mãe das vozes dos actuais GPS (vire à direita; chegamos ao destino). Ok: agora ando de metro (oops metrô, tá!), que aliás, sempre foi o tal “fetiche” que desde o início andava na minha cabeça: “Em Sampa tem de rolar metrô - ou melhor eu tinha de rolar no metrô, todos os dias”. Fetiche mesmo: acho piada a circular nesta geringonça. No centro da terra? Próxima estação: ”Consolação” – não chego ao Paraíso, mas tudo bem, o metro, todos os dias, vai a caminho dele. Pode ser que lá chegue, assim devagarinho, um dia, quem sabe ao céu, até. Pois é que depois destas experiências antropológicas com transportes colectivos em São Paulo (quase pós-doutoramento, heim), já só falta mesmo a minha fase hélice. Para quando o helicóptero?

sábado, novembro 01, 2008

Oxidar

-Sei lá, será que oxida?
-Assim, até enferrujar? Ou apenas avinagra?
-Até pode ser, mas é estranho!
-É sempre estranho, mas até pode ser um lugar inabitável, só isso!
-Que o amor oxide?
-Não é de ferro, sabemos, mas há alguma coisa que o faz oxidar.
-Cristal. Talvez cristal. Refractado. Reluz, quase perfeito, mas inútil.
-Ás vezes é quartzo - move sempre nosso tempo, explora segundos de angústia, enjaulados numa eternidade, e ingrato no roubo do tempo.
-E consome como rastilho a nossa leveza. Dá-nos olhos com rugas. Olheiras.
-Mas oxidar, assim?
-É, cristal!
-Só quando se esmiuça em cacos e vidrinhos reluzentes é que percebes o colorido escacado.
-Parece sabes. Que o amor oxida. De todas as formas e matérias. É que tudo se transforma em pó e vai com o vento!

quinta-feira, outubro 30, 2008

Como o blog já se tornou ecléctico, mais um pouco de mundo com sotaque francês não faz mal a niguém. Fica aqui um pouco de Emilie Simon.

Prémio Portugal Telecom - Antonio, Filho Eterno, Eu hei-de amar uma pedra

Fotografia: Site pessoal Cristovão Tezza

António (Beatriz Bracher); Filho Eterno (Cristovão Tezza); e Eu hei-de amar uma pedra (António Lobo Antunes) são os grandes vencedores do Prémio de Literatura Portugal Telecom...

Nunca pensei nisso, mas o Lobo Antunes pensou, aliás o António, não o da Beatriz Bracher, mas o nosso, que equaciona um dia amar uma pedra, enquanto ensaia ser um Filho Eterno, esse sim do Cristóvão Tezza, o vencedor da edição do Prémio de Literatura da Portugal Telecom, anunciado ontem, 29, na Casa Fasano, em São Paulo.

Critovão Tezza conquistou o júri do Prémio de Literatura Portugal Telecom 2008 com um romance sobre a relação pai-filho (com síndrome de Down), nos anos 80: "Filho Eterno", editado pela Record. O catarinense está em alta na cena da literatura brasileira, porque em jeito de "dejá vù" recebe hoje, pela mesma obra, o Prémio Jabuti (espécie de óscar da literatura brasileira) depois de ter sido agraciado em 2007 pela Associação Paulista de Críticos de Arte de SP em 2007 na categoria literatura.

O segundo prémio foi para Beatriz Bracher (António) e António Lobo Antunes (Eu hei-de amar uma pedra).

Para saber mais saltar para aqui

terça-feira, outubro 28, 2008

Vazio autista. Uma bienal vestida de farsa!

Uma Bienal de Arte que se quer costurada pelo vazio (mais uma das invenções pós-modernas= ausência), para pedir ao público e artistas que descosam os debruados do tecido urbano para que se pense, afinal, que agulhas andaram por ali a coser uma certa ideia de arte, não se pode dar ao luxo de censurar uma outra “arte” urbana (periférica?), nascida desde logo pelos pincéis da crítica social. É anti-tudo e, sobretudo, é a prova manifesta que a Bienal de Arte de São Paulo é uma farsa. No andar “vazio” que a curadoria da mostra deixou “propositadamente” para “fazer pensar” acordou esta manhã “pichado” por um grupo de 40 pessoas, agora chamadas de “vândalas” e talvez até condenadas a três anos de prisão. É. Em vez do feito ser (re)aproveitado e “pensado” como resposta (periférica?) ao vazio da Bienal (“nestas-paredes-eu-me-vinguei”) a organização entrou em histeria e apagou tudo com tinta higienicamente branca (como a arte de elite - e como destesto esta palavra) com os nervos à flor da pele! É o vazio que não é nosso e é uma questão de ponto de vista. O vazio não foi feito para fazer pensar sob a óptica dos outros. Aliás, o vazio é isso, não existe. Temos horror ao vazio dos outros. Sufocamos, irritamo-nos e precisamos voltar ao nosso vazio, higienicamente programado. É, os pichadores têm razão: “Abaixo a ditadura” [e todas as farsas intelectualmente fabricadas]. Este ano não vou à Bienal. Ficou clara a posição desta farsa! Prefiro a minha visão periférica a alinhar com uma certa ideia de arte, que repito, é “higienicamente fabricada” e condenada ao suicídio!

domingo, outubro 26, 2008

Ai...o samba!

O Verão chegou a Sampa...e começa saber a este ritmo!

sexta-feira, outubro 24, 2008

Geração Raz.ca #1

Iam para a cama com o "Vitinho", cresceram a ver MacGyver, um tal de "Duarte e Companhia" e são do tempo em que K7 era sinónimo de música. Um certo jornalista e uma certa ministra da Educação traçaram-lhes o destino: "Geração Rasca". Nunca mais foram os mesmos. Atravessaram oceanos, sairam de mochila às costas para galgar uma certa ideia de cidadania. Estão aí, espalhados, a viver sonhos e a fazer do mundo um laboratório. A "Crónica Luna Samba" anda à procura desses portugueses e, quinzenalmente, vai publicar aqui neste blog o que a geração rasca anda a fazer. São os novos emigrantes de um certo Portugal. Cuidado: Estas linhas podem ser impróprias para consumo! Censuramos o lápis azul!

[-Memórias de elefantes, livros e um ex-camionista que nunca chegou a sê-lo, perdido em Moçambique -]



Quer parir uma vida sem destino. Mas o azimute anda a apontar para Oriente. Em miúdo queria ser camionista, mas os testes vocacionais davam-lhe a sachola como certa. O "heavy metal" ajuda-o a amenizar o stress. E, agora, anda no meio dos elefantes a vender livros. O maior acaso da sua vida: não rodar a estrada ao volante de um pesado.

[Zoom in] Nuno Vieira, 28 anos, tripeiro, sonhador, criativo
[Fermento Royal] Administração e Gestão de Empresas - Univ. Católica
[Fuso horário] Maputo, Moçambique. Director- adjunto da Plural Editores, grupo Porto Editora
[Mapa Mundo] Um pouco mais mexicano, um pouco mais belga Lá aprendi a importância da interculturalidade e o poder do lobbying. Nesta nova experiência já aprendi que ainda tenho muito a aprender....
[Kit S.O.S] Larguei um emprego por um estágio internacional sem destino
[Kit de Costura] Saí de Portugal em busca de oportunidades de carreira e de intercâmbio cultural
[Q.I.] Agora estou a 200% neste projecto. Daqui a uns anos, quem sabe, um MBA
[S.a.u.d.a.d.e.s] De ter uma "casa", da família, dos amigos e da "comida da mãezinha".
[Oxigenar os neurônios] 30 minutos de bicicleta às 6h30, e depois quando o stress aperta, o heavy metal ajuda a controlar as emoções
[T.P.C.] Apostar definitivamente na Educação, na Tecnologia e nos jovens.
[Prescrição Médica] Que somos tão ou mais capazes que os outros.
[Ger.ação Raz/ca...] é ter que viver com mil euros toda a vida

Terra em transe, terra de grilos

Texto e Fotos por Vanessa Rodrigues, no Mato Grosso do Sul


Ela não sabe onde pôr as mãos. Inclina a cabeça como se verga para o homem, que não é o dela, mas gostaria. Pára a cada sulco na terra. Inchada, suada. Sobrolho franzido. Vermelha como a ardência que se cola às mãos que não sabe o que lhes fazer. Unhas encardidas do solo azedo. Fértil. Respira ofegante, mas esconde em soluços. Encolhe-se e a pele minga, as rugas secam. Não sabe o que são previdência, salário, direitos, Constituição, estado, saúde. E longe está de precisar de um acordo ortográfico. As únicas ortografias que conhece são as da terra. Não reclama dos erros das estações. Da chuva que alaga as plantações. Do sol que queima a pele e o ventre do campo. Só vive dele, com sapatos gastos que calça de sol a sol, a única luz que conhecia até há um ano.

Glicínia Trindade. São as únicas palavras que murmura com a boca enrolada, como se o som saísse abafado por uma almofada. Sorri com os olhos. Basta-lhe. O resto são grunhidos que substituem as anuências ou as negações monossilábicas das perguntas. Não lhe façam muitas. Não está habituada a falar, mas recebe-nos com tudo para dar, menos a terra.


Justino lava os pepinos. Verdes, divorciados da terra. Arrancados com as mãos, onde a sachola não chega. Não há máquinas, tractores. Os adubos são bosta de vaca. O chão está alagado das últimas enxurradas. E a luz veio, pela primeira vez, o ano passado, no pacote do progama governamental brasileiro “Luz para Todos”, prometendo chegar a esses redutos longínquos e rurais. Ela veio como um vício para prolongar o dia, que se fazia de sol, velas e lanternas. Agora há fogão, lâmpadas, televisão. É lá que passam Os Simpsons. Antes era a cachaça e os cigarros. Glicínia pede um, dois, três a T. Justino arranca-os da mão dela. Vai guardar, diz. Tudo guarda, até ela. Se votasse seria num "homem-justo", quase como seu nome!


Chega o jipe desconfiado. Pára do lado de fora, em frente à cancela de madeira. Observam se avançam, se ficam, ou se se põem a monte. Justino dá o sinal “livre-de-perigo”. Justino sai. Há negociata. Umas terras quaisquer que têm de ser apropriadas. Os documentos estão preparados. A grilagem está garantida. Os papéis vão ser forjados. Tempos depois os grilos tratam do resto no fundo de uma gaveta e é como se a herança sempre levasse o nome de alguém naquelas propriedades. Muito, muito dinheiro, promete o homem-jipe a Justino. Assoberbado de euforia, ansioso por se pôr a fazer contas, num jeito nervosinho que denuncia que a negociata tem algo mais. Bonacheirão, pele suja, seboso, barriga mole gelatina e uma cuspidela para o chão promíscuo com a lama e os restos fecais bovinos. O homem hesitante “entro-fico” ri-se em tom de “não-te-esqueças-de-pagar-o-que-deves-senão-algo-pode-acontecer”. Justino acanha-se. Verga-se como Glicínia para ele. Apertam a mão. Fecha a cancela. Conta que é terra de ninguém. Que por isso faz um favor ao governo, o mesmo que Glicínia não conhece, não sabe, não tem ideia do que seja. Ela voltou para a ardência das mãos. Ele corta as couves. Engole a cachaça. E daqui a pouco é noite. Os Simpsons vão começar!

Coincidências e o mundo é assim mesmo pequenino!

Em Sampa conheci a T. que é irmã de C., minha colega da adolescência e é amiga de D. meu amigo, que não vejo há anos, mas está no Rio. Por sua vez T. que eu não conhecia até há 5 dias, pelos vistos conhece J., também meu amigo; conhece C., minha amiga; conhece P., meu amigo; conhece A. que simplesmente conheço; e mais uma infinidade de personagens que eu conheço e ela conhece, embora nunca nos tivéssemos cruzado até então. Ok. T. é do Porto, mas caramba: assim, bem vistas as coisas, Sampa virou a cidade tripeira numa questão de segundos e, portanto, uma aldeiazinha, com apenas 18 milhões de habitantes. Pergunto-me então quantas T´s da vida não estarão espalhadas por aqui que eu ainda não conheci, mas que conhecem X, Y, Z….É, somos assim pequenininhos!

Dificuldades em...

passar o dia sem tagarelar uma musiquinha (sem comentários à falta de dotes vocais);
passar a manhã sem a dose de cafeína da super cafeteira made in Portugal;
andar de chinelos - pé nu é sempre melhor que pé encafuado;
passar a semana sem ir ao cinema (está crónico o problema);
chegar a casa e ter eco (ahhh, onde já ouvi isto!);
ler as notícias na tela de um computador;
beber vinho num copo de plástico;
sair de casa sem ler o jornal;
começar o dia sem caminhada;
levar guarda-chuva;
ir dormir sem ler;
viver sem árvores;
andar de relógio;
viver sem verde;
deitar-me cedo;
sem sol;
sem mar;
Houston we have a problem!

quarta-feira, outubro 22, 2008

Genial!


Street Art nos EUA inspira-se em Sarah Palin, a candidata republicana às presidenciais, a reboque do marido John MCcain. Estes posters são geniais. E a senhora, realmente, parece um personagem saído de um desenho animado (quadrinhos vá, para não desiludir os meus irmãos brasileiros que sempre me chateiam com estas diferenças de linguarejar...)