quarta-feira, novembro 30, 2011

pavio

Vela que arde atroz, voraz, saliva o ar, bruxuleante
é fôlego um sufoco de luz
fio de vida, íngreme, diáfana
a esgarçar pavio...
e pavio é limbo ardente
e limbo que queima é espaço que fere.
Haverá espaços a ferir?
Geografia intercalada no mapa fugidio aqui dentro
perceber o dentro é estar fora, como a chama que se acaba
um veio de luz efémera, tão trémula
a esvair-se em ar
uma veia quente no espaço etéreo
que lugar ocupa se o lugar fere
e se fere, como cicatriza?
Como regenera o ar depois de uma atroz linha de luz?
de lá para cá, ao redor, na cera líquida, transparente
que resta

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