segunda-feira, agosto 11, 2008

Risco de indigestão

É doce com sal. Amargo com açúcar. Míope na sua perfeita visão. E exímio na perfeita turvação da análise da vida. "Blurred"? "I feel nothing"!
Ainda não é feliz quando ri, nem triste quando chora. Fala com o silêncio. Está calado quando grita as palavras rasgadas de uma inteligente retórica. Imita sem ser mimético. Grita sem ser ouvido. Olha sem ser notado. Arrasta-se sem andar. Mergulha sem se molhar. Come ar. Vomita pensamentos sem ter uma única ideia. Vazio. Despojado ostentador. Resumido homem barroco. Chato. Lamacento. Lesma rápida! Lamenta a tampa da garrafa de plástico; elástico. Vazio, multiplicado por zero para dar nada! E sim, este ser não existe: é insípido, inodoro e incolor, insensível; um resto de anti-séptico que deitamos no algodão para desinfectar.
Homem afectado, desinfectado...alienado. Como gostamos: asséptico: tão-sem-gosto; tira-gosto; assimilado. Um ser gastronómico "fast-fast-comidinha ligeira": para comer sem mastigar. Engolir sem saborear. Apimentar. Salgar! Atenção: risco de indigestão!

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