sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Doping do humor, vai uma picada?

Melhora o sistema imunitário, é contagiante, oxigena o cérebro, com 15 minutos diários pode dar mais 4 anos de vida e, parece, quem ri é mais feliz. Nós, portugueses, rimos e sorrimos pouco, cada vez menos, sobretudo, agora que há menos motivos para gargalharmos, todos os dias espanados pelo monstro da crise, que faz com que o pó se entranhe, tornando-nos alérgicos ao bom humor.

Hoje as rádios, ouvi há pouco na TSF, fizeram um desafio logo de manhãzinha aos ouvintes. Sorriam para um desconhecido. Sorriam porque sim, não obstante as contrariedades, o trânsito, os problemas. Riam de si. Sorriam. Os lábios no gerúndio...

Dizem que cantar espanta os males. Sorrir há-de ser bálsamo para atenuar o cinzentismo que nos ensombra a personalidade hirsuta, rija, pesada, que nos entorpece. O repto radiofónico, porém, arrancou tímidos sorrisos, ou, por vergonha, cabeças cabisbaixas com medo do ridículo. E como temos medo do ridículo, talvez por isso, sejamos menos felizes.

Recentemente, uma conhecida marca brasileira de electrodomésticos, a Brastemp, lançou um anúncio com o mote para o mesmo desafio. É talvez por isso que os brasileiros são mais felizes que nós. Riem de si, da vida, dos problemas, das contrariedades e, no final, acreditam que tudo vai dar certo. Levei essa vacina durante uns tempos. Não asseguro que ela funcione a 100%, mas algo há-de ter restado dessa pseudo-imunidade. Levei a picada, do doping do humor. Espero que à entrada em território português, as autoridades de controlo não me tenham tornado impermeável ao bom humor...


Sem comentários: