Quando um homem jura a pés juntos, entregando-se sem pudor ao registo da comunicação social assegurando, peremptoriamente, e erguendo-se com tom de voz quase enojado, há dois meses, a quem ouse levantar tal suspeita, a de que algum dia integraria um partido político (ouvir o noticiário das 9h de hoje da TSF) e tem, ainda, para aguçar o contrasenso, Nobre no final do nome, pactuando agora com boçal orgânica clientelista, como se a social-democracia fosse já uma espécie de fisiologia, dá vontade de ir pedir explicações, pedir o voto de volta e exigir um auto-de-fé.
Este é o maior e infeliz exemplo de um vira-casaquismo. A política nunca andou boa de saúde, mas com metáforas destas: um médico, político propalando-se independente, a convergir com a social-democracia, há-de ser um atestado de óbito à política nacional. E, meu caro, não se dê ao trabalho de se justificar, num velado mea culpa naif, de que esse há-de ser um acto incompreendido. É um adultério dos mais condenáveis: o da dignidade.
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