quinta-feira, março 18, 2010

A pupila de Rubem Fonseca

Gonzos, parafusos e uma caixa de acrílico de três metros. Mais uma cama, uma escrivaninha, um espelho, um sino e o silêncio (pessoal e intransmissível). Feitas as contas, foi tudo o que a escritora brasileira Paula Parisot (agora meia actriz, parece), a pupila do também escritor Rubem Fonseca, precisou para viver Isabela, a esquizofrénica personagem do seu mais recente livro "Gonzos e Parafusos". Disso e de amigos. Pelo menos não a deixaram morrer à fome numa livraria em São Paulo, enquanto durante uma semana vestia a pele da miúda, sem falar com ninguém. Esperemos que a moda não pegue no Brasil, não sei se seria muito agradável ter a Patrícia Melo, por exemplo, a viver Jonas, o Copromanta (arte da adivinhação por meio de observação dos excrementos), personagem do livro com o mesmo nome que ofereci ao meu irmão, há dois anos, e que ainda guarda religiosamente na mesinha-de-cabeceira à espera, talvez, de ganhar algum estímulo para o ler.


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