Peco todos os dias percebo e, parece, à luz dos olhos de um certo paradigma divino, porque padeço desse mal crónico que é a inveja, quando se fala dele, ou dos que escrevem sobre o "meu" Brasil. Na verdade isso acontece com as coisas de que gosto muito. E, por isso, agregado vem sempre um certo ciúme. Bom, talvez não seja verdadeiramente inveja aquilo que sinto e que seja, então, uma coisa mais de estética qualificativa: invejosa. É isso, sou uma invejosa no que diz respeito às coisas dos meus afectos. Quero-as só para mim .
Por essa razão, causa-me um certo formigueiro (ou comichão interna, sei lá) que ele esteja na moda; e que veja tanta coisa, e que ouça tanta gente a falar dele, e que tantos estejam a pensar ir para o "meu" Brasil (alguns na minha sombra, outros até que o ignoraram no passado e que dele mal falavam; outros até porque acham que tenho uma vida farta e de sonho: tão enganadinhos estão, mas para demovê-los é preciso uma certa hiperdose de realidade) como se tivessem descoberto a pólvora (Eureka!). Ah, essa vaidade irritantemente falsa e mediática, só porque fica bem dele, agora, falar, como se fosse garante de um certo tipo ascensão no status social!
Eu não o descobri, longe estou do pretensiosismo, entregue à minha pouca existência para reivindicá-lo como meu (embora seja realmente um pouco mais meu) e a somar uns míseros anos de abrasileiramento. E se por um lado não vejo a hora de assentar arraiais na minha terra matriz, no meu Portugal, por outro é num certo Brasil que ainda respiro um pouco melhor. Não o escolhi, em nenhuma das vezes. É como se fosse uma imposição, percebo-o.
Calhou-se-me na rifa, mas se tivesse de escolher, talvez, tivesse por ele ansiado. Em todo o caso, percebo agora um pouco melhor o que dizia Jorge Luis Borges sobre a "sua" cidade portenha. "Não venham a Buenos Aires, queremo-la só para nós". É, não venham ao Brasil (os dos meus afectos são excepções óbvias, devem ignorar esta última frase e marcar viagem) quero-o só para mim.
Por essa razão, causa-me um certo formigueiro (ou comichão interna, sei lá) que ele esteja na moda; e que veja tanta coisa, e que ouça tanta gente a falar dele, e que tantos estejam a pensar ir para o "meu" Brasil (alguns na minha sombra, outros até que o ignoraram no passado e que dele mal falavam; outros até porque acham que tenho uma vida farta e de sonho: tão enganadinhos estão, mas para demovê-los é preciso uma certa hiperdose de realidade) como se tivessem descoberto a pólvora (Eureka!). Ah, essa vaidade irritantemente falsa e mediática, só porque fica bem dele, agora, falar, como se fosse garante de um certo tipo ascensão no status social!
Eu não o descobri, longe estou do pretensiosismo, entregue à minha pouca existência para reivindicá-lo como meu (embora seja realmente um pouco mais meu) e a somar uns míseros anos de abrasileiramento. E se por um lado não vejo a hora de assentar arraiais na minha terra matriz, no meu Portugal, por outro é num certo Brasil que ainda respiro um pouco melhor. Não o escolhi, em nenhuma das vezes. É como se fosse uma imposição, percebo-o.
Calhou-se-me na rifa, mas se tivesse de escolher, talvez, tivesse por ele ansiado. Em todo o caso, percebo agora um pouco melhor o que dizia Jorge Luis Borges sobre a "sua" cidade portenha. "Não venham a Buenos Aires, queremo-la só para nós". É, não venham ao Brasil (os dos meus afectos são excepções óbvias, devem ignorar esta última frase e marcar viagem) quero-o só para mim.
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