Andrea del Fuego está já do outro lado do Atlântico, de regresso a São Paulo, Brasil, depois de ter recebido, recentemente, o literário “Prémio Saramago” pelo livro “Os Malaquias”, que chega até nós, em Janeiro, com o selo Círculo dos Leitores. É ela quem insiste na forma de encurtar distâncias: “Falamos por skype? É mais fluído”.
Del Fuego surge sob a parede branca do escritório, voz forte; não lhe vemos a gravidez de seis meses, há a luz da acelerada São Paulo a entrar, e ela, serena, gancho no cabelo curto, escuro, ondulado. Há humor; o olhar contornado pelos óculos de armação de massa, pretos, e uns lábios carnudos, jorrando histórias por 50 minutos. O livro premiado (que demorou 7 anos a escrever), baseado em histórias da família de Andrea, em Minas Gerais, é o pretexto para sabermos melhor quem é Del Fuego. A certa altura, a paulistana admite que “é preciso ser-se louco para escrever”, ofício “nada gostosinho”, e que o prémio lhe deu legitimidade interior para continuar a escrever.
Ouça aqui um excerto da entrevista. Del Fuego especula sobre a razão pela qual o júri lhe atribuiu o prémio; constata que tem muito de portuguesa e que "O Brasil não resolveu ainda seu passado rural".
Para continuar a ouvir excertos da entrevista pode enviar um e-mail para vnrodrigues@gmail.com. No próximo link Andrea del Fuego provoca: "O Brasil tem medo da poesia"(?)
Sem comentários:
Enviar um comentário