desabituados ao silêncio, por isso nos incomoda o eco em nós
estamos carregados de azáfama e solidão, com vespas ao redor
estamos inundados de abismo, inaptos ao berro, que nos ouçam
cai
levitamos, funambulismo, desporto radical na escala dos dias é este respirar
entristecemos, e com tanto mundo ao redor haja fôlego para o terno riso, na arte do esquecimento
temos de aprender a sorrir, reaprender a descarregar a cidade em nós, dos ombros
habitar o espaço entre os dedos que as mãos dão
degustar os beijos e o silêncio do nariz sobre a pele: gosto-te
estamos carregados de cidade, de silêncios desonestos, de indiferença
ao riso, para o esquecimento
estamos carregados de nós, resta-nos reaprender a sentir
degustar com vagar o abraço que nos dão, de quem nos gosta, de quem nos sente o espaço entre dedos e nos afaga os silêncios para nos reaprender a sorrir
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