Mônica Zarattini/AE
“Aqui no Brasil tem duas profissões: prostituta e assaltante – e são garantidas!. Não tem jeito de fugir ao destino se você já nasce nesse meio.” O desabafo é do meu colega de trabalho, o Tarica, a propósito da rebelião numa prisão de menores, ocorrida ontem, no Complexo do Tatuapé, no Estado de São Paulo. O desabafo pode parecer radical, frio, descomedido. Não o é! Retrata cruamente a realidade brasileira. Há excepções. Porém, a imagem não está muito longe do que realça um Brasil, mergulhado em muita miséria (e criminalidade). As rebeliões nas prisões brasileiras – como já deve ser do conhecimento da maioria de todos – fazem parte do dia-a-dia. É um lugar comum. A superlotação desses espaços que, em muitos casos, albergam mais de 50% do limite exequível, aumentam a insegurança nas prisões. E a debandada, bem como castram qualquer hipótese de integração.
“Novo tumulto na Febem é controlado em meia hora”
Internos atearam fogo em colchões e móveis. É o segundo motim no complexo em menos de 24 horas. Houve cinco feridos: 3 funcionários e dois adolescentes".
(in Estadão, São Paulo, 6 de Abril de 2006)
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