O samba é de todo o ano. Bossa Nova é de Outono, envolvido em gestos delicados. Juntam-se em jazz, agora. E soa a dó que cai em mi. E sol que jaz em lá. Ou dó que se agarra a si na ausência de ré que salta o fá. Chocalham os búzios secos. Embalados pelo tinir dos ferros gementes. Que perdem apenas para um batuque de lamento, desbravado por um piano sonolento. Os pratos tocam-se, e adormecem na percussão. Há um som engolido. Um soar de trompete que aquece o solo do saxofone. Com fôlego. De novo. Incessante. Embala-se a cabeça. Um som de cha cha cha. Momentâneo. Leve. Suave. Lento. E acorda a flauta. Entontecida. Depois recupera o embalo. O silêncio absoluto do ruído aquece a melodia. Um sopro de tchac tchac e ta ta ta. Berimbau sambado. Engelhado até à pauta num andamento subtil. Atonal talvez. E celebra-se em polirritmia. Depois uma síncopa. O enigma da incerteza do fim. Cai em solo de saxofone, de novo. E desliza em mi.
1 comentário:
Até aqui se ouve "essa" Bossa Nova...
Beijinho grande
Joana@Kuopio
Enviar um comentário