quarta-feira, junho 01, 2011

Mulher é fogo*

Mulher é fogo. Lento se a brisa estiver forte. Inflamado se a paixão lhe arrebatar o peito. Metafórico se as curvas generosas do corpo deixarem os outros em estado de Pavlov, com aquela pinga boba e involuntária no canto da boca a que se chama: baba, ou em delírios (porno) gráficos como pimenta (arghh) apurada por saberes indianos (ou o kama sutra não fosse...). 

É fogo é. É fogo talvez um pouco mais se ela fumar. Se fumar é fogo de inferno. Que me perdoem as mulheres que não fumam, mas mulher que fuma é a perdição do capeta (e dos programas de apanhados; e dos estudos de caso dos analistas).

É fogo, porque nunca sabe onde anda o isqueiro.

Os homens são mais pragmáticos nisto: bolso da calça e pronto. Mas mulher sempre precisa de um GPS para encontrar o isqueiro; um detector de metais ajudaria: um chip, um alarme, um bip, um íman, um fio preso ao pulso; é que nem com cor garrida e estrambólica a coisa chega lá. 

Puxa, mesmo. Mulher é fogo, sem isqueiro. Nós percebemos sempre quando ela puxa do cigarro e põe a mão na bolsa: começa devagar num bolso, vem o outro bolso, a bolsa, a carteira da carteira; e, quando nos apercebemos, já tirou quase tudo o que a bolsa tem e continua fogo, sem lume e o cigarro na ponta do lábio, entediado ("vai-me matar, ou não vai me matar?"; Isto sim é tortura de cigarro). 

Ela continua: já vemos a cuequinha lavada, o soutien, o batom, dois batôns, três, quatro (afinal quanto batom a mulher tem?: deve ser como a teoria do isqueiro); pinça, tampão, toalhetes de bebé, livros, cadernos, espelho, guarda-chuva, mais outro livro (por isso é que a bolsa fica pesada, heim?); a conta do ano passado do jantar com o ex; a conta de há dois anos de jantar com o ex-ex; a conta de supermercado; papel de cigarro; vem tudo, só não vem o isqueiro. 

Fogo, caramba! Até que, quando já se pode gritar o nome dentro da bolsa, ecoando por fibras e costuras entediadas com tanto mexe e remexe, eis que podem surgir dois estudos de caso para bons observadores, depois de serem hipóteses: 

1. A mulher não encontra isqueiro algum (a. compra outro; b. pede alguém na rua, ou perto; ou, ainda, dependendo da hora do dia e da intenção há ainda a hipótese c. que já lá vou mais adiante);  

2. Encontro o primeiro isqueiro, o segundo, um terceiro e talvez um quarto (de tanto nunca saber dele acaba tendo suplentes), ouvindo frases como:

- Mas, afinal, quantos isqueiros você tem? 

(Ela responde quase se sentindo ofendida como se fosse a coisa mais natural do mundo)

- Eu, sei lá, uns dois!

(E faz questão de mostrar; mal ele sabe que há mais dois e, com sorte,  ou azar, a caixa de fósforos do motel com o ex-ex-ex; ou você terá pegado do bolso do casaco dele? Não se lembra!)

É isso, mulher é fogo, mas no fundo, eu acho que este fogo todo, este estudo de caso em volta da bolsa tem segundas intenções. Analisem bem o cenário ao redor, quando virem a mulher puxar do cigarro, deixá-lo na boca e começar o périplo explorador (qual Jacques Costeau)  pela CARTEIRA. Acho que toda a mulher espera pelo momento certo, na esperança involuntária de que um dia ELE chegue(o príncipe encantado até aos 40 funciona; o capeta a partir daí, porque cansamos de esperar por homem romântico) e das duas uma (eu sei que é brega, mas a cada momento a sua história):

- Come on baby, light my fire!

Ou, então, claro, a hipótese cê de há pouco (cê de "chaveco", "cantada";)

- Olá, dás-me lume?

tssssssssssssssssssssssssss............

* (e sempre tem um monte de isqueiro perdido na bolsa)

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