Hiberno, eu tento, mas não é possível. A nossa caverna, agora, tem Facebook, twitter, vimeo, jornais online, youtube, sites, mensagens, telemóvel. Eu tento: desligo o telemóvel e, quando ligo, logo martelam mensagens de voz, mensagens escritas, multimédias, notificações. Aprendi, surpreendo-me, de que sou a high tech lady in a ultra high tech world. Muito diferente dos meus tempos de Faculdade: havia os apontamentos, as fotocópias. Ponto final.
Porém, eu até gosto, assim como gosto de desligar e amar com um livro no colo, deixando a relva do Palácio, do Parque da Cidade, ou do Jardim Botânico, folhear as páginas dos meus livros silenciosos, da minha pele. Do sol a roçar-me o rosto. E, nestes dias, redescobri o que é ser ermita para o estudo, por agora.
Nunca desligo, nunca estou absolutamente concentrada, e estou, porque sou uma miúda altamente visual no exercício do estudo. Preciso do estímulo para entender e consolidar conhecimento. Dos meus esquemas a tinta no papel em branco, aos sites de podcasts e vídeos sobre o tema. Porque os Direitos Humanos são transversais, indivisíveis, intersectoriais. É nisto que ando mergulhada para o exame que me espera sábado. Ao menos não poderei dizer que não me divirto, apesar da obrigação. Tornar a disciplina numa reinvenção hiperactiva (porque eu continuo com o síndrome dos bichos carpinteiros). E estudar, para mim, revelou-se isto, em tempos contemporâneos, estar antenada em reclusão. Vou só ali ler mais um pouco sobre justiça de transição: o direito à verdade, justiça e reparação. Talvez encontre algum romance sobre o assunto e me perca durante a tarde com a Literatura.
1 comentário:
Gostei! Beijoca =)**
Enviar um comentário