Hoje é dia 18 e eu não sei por onde começar. A Dora diz que sou como o lume das bruxas, não paro quieta. Que não se me põe a vista em cima durante um mês e já se tem um mundo de desatualização. Até pode ser, mas não penso muito nisso. Só que agora que penso nisso, começa a fazer algum sentido. Isso uma vez que há memórias recentes que me parecem tão longínquas, remotas mesmo, como se anos tivessem, vestidas de um casaco puído, com ombreiras e remendos.
Apercebo-me, e o tempo também disso é responsável, de que ardo em chama forte. Ardo em combustão lenta, pujante, com repulsa ao gelo da monotonia. A vida só faz sentido para mim assim, vivendo-a com uma intensidade que rompe, todos os dias, com uma estrutura consolidada, como se precisasse de nascer todos os dias, mas com uma memória de vivências e aprendizagens que não se sabe muito bem de onde virão. Reinventar é, pois, um mantra.
Neste preciso momento em que escrevo, Junho, não o parece. O ano ainda só agora começou - relembro que o comecei a levar com um globo de espelhos de dancetaria (o que só prenunciaria, realmente, que seria um grande ano) - e já vou a meio dele, com tanto mundo, gente, vida e aprendizagens. E viagens. E páginas folheadas e wishlist 2012 deliciada. E com tanto ainda para fazer. Parece que o mundo me pôs numa estrada de Fórmula 1 e eu virei piloto profissional, por aí, a 300km/h, com muito estilo, qualidade e com a melhor equipa na pit stop.
1 comentário:
Muito bom! Esse segundo parágrafo é assim como que proverbial. Dá impressão que todos o pressentimos em algum, ou vários, momentos da vida, mas, pelo que se vê, não deixas que fique por uma fugaz impressão. Segues em frente e aceleras. Inspirador. Belo texto. Mais um.
Bruno Santos
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