sexta-feira, novembro 07, 2008

Geração Rasca #2

Iam para a cama com o "Vitinho", cresceram a ver MacGyver, um tal de "Duarte e Companhia" e são do tempo em que K7 era sinónimo de música. Um certo jornalista e uma certa ministra da Educação traçaram-lhes o destino: "Geração Rasca". Nunca mais foram os mesmos. Atravessaram oceanos, sairam de mochila às costas para galgar uma certa ideia de cidadania. Estão aí, espalhados, a viver sonhos e a fazer do mundo um laboratório. A "Crónica Luna Samba" anda à procura desses portugueses e, quinzenalmente, publicar aqui neste blog o que a geração rasca anda a fazer. Segue a segunda dose!

[-Rum, bulas médicas e o charuto ali tão perto. Um quase pirata das Caraíbas, a resgatar o sonho dos trópicos-]


Faz do trabalho um destino de férias e diz que os melhores remédios para a saudade são o samba, merengue, Batxata e... caipirinhas. Às vésperas de embarcar, não sabia bem o que, afinal, ia fazer no país da "cidade perdida" do actor/realizador Andy Garcia. “No hay problema"! A vida é como um medicamento: ou tomas logo, ou fica fora de prazo. Tomou dose dupla. "Es usted que sabe!"

[Zoom in] Miguel Nogueira, 27, Lisboa, São Sebastião da Pedreira

[Fermento Royal] Instituto Superior de Economia e Gestão – Gestão, Lisboa

[Fuso horário] Santo Domingo, República Dominicana, Controller na Sanofi-Aventis

[Mapa Mundo] Passei por São Paulo: aprendi que, quanto mais longe estás de casa, mais orgulho tens do país onde nasceste, ainda que com a distância e através de um simples exercício de comparação consigas objectivamente (o mais possível) fazer uma análise dos pontos mais negativos que assolam Portugal...

[KIT S.O.S] A maior aventura deve ser esta: país "desconhecido", onde todos andam armados e frequentemente embriagados; factor da língua, e um país com uma cultura marcada fortemente pelo "Império" americano, com traços de orgulho nacional

[KIT Costura] Saí de Portugal porque gosto de desafios. Quis enriquecer o meu currículo e ganhar experiência num sector altamente atraente para mim e, claro, procurava melhores condições financeiras.

[Q.I] Aproveitar a proximidade de Cuba, México, EUA e viajar, viajar, viajar... Tentar repensar boas oportunidades de emprego, negócio...

[S.a.u.d.a.d.e.] Família, amigos~; da nossa gastronomia, vinhos portugueses, café delta, Bairro Alto, Super Bock, Acesso à cultura internacional: concertos, teatro, cinema.

[Oxigenar os neurônios] Conhecer melhor que povo é este, circulando por todos os meandros e classes. Ler em espanhol, ver filmes com legendas em espanhol. Sair e ficar só a observar as pessoas e seus rituais.

[TPC] ACABAR com as "cunhas", os "jobs for the boys". Implementar uma política de gestão no governo, tentado gerir o país como se de uma empresa se tratasse... Retirar os "sanguessugas" do governo. Implementar uma campanha de "Orgulho de ser português", "orgulho do que é português"...

[Prémio Nobel da Paz]
O Microcrédito de Muhammad Yunus, fundador e presidente do Grameen Bank. É para mim uma das melhores ideias do mundo contemporâneo e apenas possível para alguém puramente benévolo. Outra ideia: reduzir a escalada de armamento, através de diplomacia. Apenas através da diplomacia se conseguem obter resultados. Mais: investir fortemente em soluções ecológicas de transporte e de energia.

[Ger.ação Raz/ca...] Não existe. O que existe são pessoas que não marcam nada nem ninguém nas suas vidas. Que vivem conformadas com o que os media e os governos dizem, nomeadamente a ideia de que não podem fazer nada relativamente ao poder (podre) instituído, às mentalidades retrógradas.

Gostaria que os portugueses que pudessem ter a oportunidade de viver uma experiência no estrangeiro a aproveitassem. Programas como DaVinci, Erasmus, InovContacto, Civiweb,etc... são para se aproveitar, expandir a mente e voltar eventualmente a Portugal com mais conhecimento, com novas maneiras de pensar, de fazer, de produzir, de inovar.

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