Por VR
Quando o fogo se apagar, os nómadas vão adormecer. De trás para a frente. A história. Uma encenação corporal. Metaforicamente sensorial com a vida. Ou talvez a explosão do corpo sobre o palco – que vale mais que a cadência da música. Cunha-se o ritmo do movimento. A musicalidade é secundária. Poluente. Rasga-se a elasticidade física, como um balão. Será assim o corpo? Enquanto o olhar se perde, escondendo-se num labirinto de artes? É que o palco enreda-se: em hip-hop, rap - dj´ing - jazz, clássica, electrónica, soul, rock; vozes metálicas. Estridentes. Perturbantemente graves. Confundidas e aterrorizantes. Pintura!
Depois o olhar. Uma luz ténue. Uma tela de cenário. A projecção vídeo. Ele vergado. Ela, elasticamente, deitada sobre o dorso. A imagem revela-se. Ambos mostram-se. Mas a imagem videográfica queda-se, na tela. Depois o writer. Solta aerossol sobre a tela. Delinea a imagem projectada. Imprime cor. Tonalidades. Suor. Tinta. Cheiro forte, penetrante nas narinas. Graffiti. Projecções simultâneas numa tela maior. Saltos elásticos. Puff!O corpo explode. Voa. Constrange o baque corporal sobre o palco!Pah! Pés amorfos no chão. O corpo é epiléptico. Solta-se. Vagueia errante sobre o palco. E estende-se aos outros. Improvisos. Colagens corpóreas. De ilusão. Um corpo são um, dois e três. Vários. Unos. Sensíveis. Extensíveis. Até ao fôlego final. Até ao fogo do fim. Nómada!
Ficha Técnica
Cia. Corpos Nômades
concepção e direção: João Andreazzi
Centro Cultural São Paulo
Até dia 04/06
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