quinta-feira, outubro 11, 2012

Brigada de resistência

 
É preciso voltar às brigadas de resistência, meus amigos. Poderão tentar humilhar-nos, usurpar-nos direitos e liberdades, colocar-nos mordaças, rasgarem-nos os bolsos e encostarem-nos à parede com assédios morais e tortura psicológica. Mas nunca nos tirarão a dignidade, a lucidez, a espinha hirta, a generosidade, a independência e a autonomia. Continuamos a criar, a sonhar, a defender a natureza de nós. A democracia foi sequestrada, saqueada, enforcam-na, os ditadores andam a monte. E o Jornalismo meus caros, só não está morto porque há resistência, somos marginais, mas não vendemos a alma à mediocridade, ao Jornalismo de coisas giras. Um jornal alegadamente de referência, a atirar à queda de grandes nomes da democracia, está a sepultar a própria cova. Começou, pois, oficialmente, a lavagem cerebral. Cuidado redobrado com os editoriais do pasquim. Temo que seja propaganda ruidosa. E, no meio disto, estou triste. Um grande amigo e com quem muito aprendi neste ofício de escrevedores de atualidade, o Jorge Marmelo, está na operação de limpeza do jornal PÚBLICO. Estou triste, muito triste. Ninguém merece esta tortura. Ele não merecia e muito aguentou. Desejo que seja o início de um ciclo bem melhor. É um grande jornalista. É um grande escritor.

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