Brigada de resistência
É
preciso voltar às brigadas de resistência, meus amigos. Poderão tentar
humilhar-nos, usurpar-nos direitos e liberdades, colocar-nos mordaças,
rasgarem-nos os bolsos e encostarem-nos à parede com assédios morais e
tortura psicológica. Mas nunca nos tirarão a dignidade, a lucidez, a
espinha hirta, a generosidade, a independência e a autonomia.
Continuamos a criar, a sonhar, a defender a natureza de nós. A
democracia foi sequestrada, saqueada, enforcam-na, os ditadores andam a
monte. E o Jornalismo meus caros, só não está morto porque há
resistência, somos marginais, mas não vendemos a alma à mediocridade, ao
Jornalismo de coisas giras. Um jornal alegadamente de referência, a
atirar à queda de grandes nomes da democracia, está a sepultar a
própria cova. Começou, pois, oficialmente, a lavagem cerebral. Cuidado
redobrado com os editoriais do pasquim. Temo que seja propaganda
ruidosa. E, no meio disto, estou triste.
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