Os pés parecem esmigalhar bolachas crocantes. A luz, sob o alvo chão, fere o olhar. E ao fundo, um enorme e colorido vulcão parece saído de um livro ilustrado. A monotonia da paisagem até lá não cansa. Impressiona! Deserto branco; de sal. Sem trilhos pré-definidos. Sem intuição. Apenas marcas de pneus que guiam até ao outro lado, onde o sal deixa de o ser. Para passar a ser verde, casas e vulcão! A Manu prova um pouco. Confere. "Está salgado, sem dúvida!" ;) Também tenho de provar! Cumprir a tradição. A boca arde! E as mãos rasantes nos grãos de salinas grossas secam facilmente! Lá um silêncio ventoso. Sem eco! Um pedaço de fim de mundo (ou meio princípio de tudo!)
quarta-feira, fevereiro 28, 2007
terça-feira, fevereiro 20, 2007
quarta-feira, fevereiro 14, 2007
terça-feira, fevereiro 13, 2007
segunda-feira, fevereiro 12, 2007
Bem-Vindos ao Deserto do Sal (Silêncio?)
Não há registo do sufoco dos dias anteriores (14, 15 Dez') . Apenas na memória. Da poeira. Da camioneta mal-cheirosa. Da impaciência! Da falta de espaço! Do bafo de 22 horas de viagem (La Paz- Uyni).
De madrugada a camioneta avariou no meio do nada - literalmente. Lixo, pó, gravilha e o vácuo do silêncio. Um som estridente, semelhante ao furo de um pneu, zoou. Acordámos assustadas (não sei se aquilo era dormir!!!). Era a panela do escape a rebentar. O motorista tentou consertar: uma, duas, três, quatro, cinco, seis vezes. Um pára-arranca com cinco minutos de vida entre o caminho de gravilha e a berma da estrada. Nada! Até que por volta das 5h da manhã (já o seriam?) a camioneta parou de vez. Não tinham outra para substituir! A Manu ainda insistiu depois. Mas nada! Teriam de a "remendar" se quiséssemos sair dali. A espera que viria seria de meditação e muita paciência. Casa -de -banho? (Hum o que é isso?) Um quadrado no chão, talvez...não há limites para a miséria! Nem aquele motel rodeado de lixo e água choca, cuja dona me recusou a casa-de-banho:
"-No tenemos?"
"-Como não? Mas é um Motel...!!!"
Depois de explicar o sucedido a mulher só perguntava onde estava a camioneta "malograda". Queria ver! Mas não nos queria deixar ir à casa-de-banho... Não sei quantos bolivianos depois valia uma ida ao WC, no Motel.
Ah! e 5 horas após chegava o nosso motorista, para arranjar a camioneta...E conseguiu! Chegámos a Uyni 12 horas para além do previsto (E sim, foi sorte!!!E sim, não seria viagem sem esta história no nosso arquivo)...
No dia seguinte...o magnífico deserto do sal....![E a minha herpes super sexy!]
De madrugada a camioneta avariou no meio do nada - literalmente. Lixo, pó, gravilha e o vácuo do silêncio. Um som estridente, semelhante ao furo de um pneu, zoou. Acordámos assustadas (não sei se aquilo era dormir!!!). Era a panela do escape a rebentar. O motorista tentou consertar: uma, duas, três, quatro, cinco, seis vezes. Um pára-arranca com cinco minutos de vida entre o caminho de gravilha e a berma da estrada. Nada! Até que por volta das 5h da manhã (já o seriam?) a camioneta parou de vez. Não tinham outra para substituir! A Manu ainda insistiu depois. Mas nada! Teriam de a "remendar" se quiséssemos sair dali. A espera que viria seria de meditação e muita paciência. Casa -de -banho? (Hum o que é isso?) Um quadrado no chão, talvez...não há limites para a miséria! Nem aquele motel rodeado de lixo e água choca, cuja dona me recusou a casa-de-banho:
"-No tenemos?"
"-Como não? Mas é um Motel...!!!"
Depois de explicar o sucedido a mulher só perguntava onde estava a camioneta "malograda". Queria ver! Mas não nos queria deixar ir à casa-de-banho... Não sei quantos bolivianos depois valia uma ida ao WC, no Motel.
Ah! e 5 horas após chegava o nosso motorista, para arranjar a camioneta...E conseguiu! Chegámos a Uyni 12 horas para além do previsto (E sim, foi sorte!!!E sim, não seria viagem sem esta história no nosso arquivo)...
No dia seguinte...o magnífico deserto do sal....![E a minha herpes super sexy!]
quinta-feira, fevereiro 08, 2007
Depois de Machu Pichu, o "sprint" final seria tentar ir ao deserto do Sal, em Uyni, sul da Bolívia. O comboio em Águas Calientes rumava de novo a Ollaytaytambo, onde juntamente com os nossos colegas brasileiros, espanhol e argentino, apanharíamos um autocarro - por 5 bolivianos (cerca de € o,50) para Cuzco, novamente. Ao fim da tarde a viagem nocturna tinha como destino La Paz...E depois, a imprevisível e cansativa viagem até ao Salar Uyni....
terça-feira, fevereiro 06, 2007
segunda-feira, fevereiro 05, 2007
sexta-feira, fevereiro 02, 2007
E sim..finalmente...Machu Pichu!
Alguns dirão :- "já não era sem tempo !"- mas a verdade é que este dia merecia uma ressalva especial... Sim, a Manu esteve com o pé inchado o tempo todo -nem as massagens e os sprays anti-inflamatórios lhe valeram de muito, para dizer a verdade! (Nem isso a desalentou..caminhou sempre!) Assim, até à última...reinventámos a viagem e fizemos a nossa própria trilha inca (não a de quatro dias como manda a tradição e os chamamentos de pachamama!) mas a de Águas Calientes até Machu Pichu...
Frio.Neblina e um despertador esquizofrénico às 4h30. Roupa quente. Mochilas e estômago vazio. A mulher da esquina - entre a linha do comboio e a estrada principal - vendia mate coca e um sanduíche qualquer. Foi o suficiente para enganar o estômago, mas não a vontade. Depois das orientações necessárias começámos a subir. Terra, areia batidas... As nuvens ao nosso nível. O sol entre as montanhas e o ar dissipado. Respiração ofegante...Paragens de descanso... Agora o riacho lá em baixo... Às 6h30 aquela sensação. A missão estaria mesmo cumprida? Já era Machu Pichu?
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