quarta-feira, setembro 23, 2009
quinta-feira, setembro 17, 2009
amor fóssil
Há destroços no ar que ainda não sedimentaram. Parecem cinza que renasce como Fénix para voltar a sê-lo, mas sabem que nunca ao útero voltarão. O que se pare é só uma vez genuína e irrepetivelmente. São restos de desafectos que um dia foram antónimos certos de que nunca deixariam de sê-lo.
Há papéis rasgados. Há vidros estilhaçados. Cacos colados, imperfeitos, esburacados. O pó que de lá saiu era tudo, o suficiente, para que agora se fragilizem. São fósseis tão recentes que parecem antigos, e ainda assim como se tivessem sido amassados por mãos de artesãos sábios que sabem, sempre, que a matéria prima moldada é o melhor do que o adorno para que servem depois no vazio dos nossos olhares em devaneio e que, por isso, se esquecem do que criam, para se empenhar como mãe que sente a água a dilatar, o ventre a romper, à espera que o filho chore a primeira emancipação e a primeira reivindicação por oxigénio. É que depois, passamos a vida a querer oxigénio nas coisas mais simples e sufocamos porque nos esquecemos de respirar…
Há papéis rasgados. Há vidros estilhaçados. Cacos colados, imperfeitos, esburacados. O pó que de lá saiu era tudo, o suficiente, para que agora se fragilizem. São fósseis tão recentes que parecem antigos, e ainda assim como se tivessem sido amassados por mãos de artesãos sábios que sabem, sempre, que a matéria prima moldada é o melhor do que o adorno para que servem depois no vazio dos nossos olhares em devaneio e que, por isso, se esquecem do que criam, para se empenhar como mãe que sente a água a dilatar, o ventre a romper, à espera que o filho chore a primeira emancipação e a primeira reivindicação por oxigénio. É que depois, passamos a vida a querer oxigénio nas coisas mais simples e sufocamos porque nos esquecemos de respirar…
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