Nos últimos dias tenho ouvido uma série de argumentos para me convenceram a passar as festas natalícias por cá: São Paulo, Brasil- a cidade da insónia. Calor [infernal], vinho gelado, doces diversos( que existem o ano todo, na verdade); saltar sete ondas no mar quando "dobrar" o ano; praia, e por aí.
Engraçado: nenhum dos argumentos repetidos parecem sequer me despertar a pupila para uma dilatação sobre a dúvida. Aliás, todas as formas de convencimento possíveis, mesmo bem esgrimidas, nunca estariam sequer perto de um pestanejar pela hesitação entre o lugar de estar, nesta altura do ano. Todos os argumentos serão sempre a antítese de mim. Lamento, mas Natal é com o friozinho, orvalho e cheiro a terra molhada, café na "chocolateira", bacalhau na brasa, vinho decantado...e claro, em primeiro lugar, o calor merecido de quem amamos: a família!
quarta-feira, dezembro 12, 2007
quarta-feira, dezembro 05, 2007
segunda-feira, dezembro 03, 2007
Um dia pode ter muitas noites. Mas as noites, essas, podem ter muitos dias, arrebatados por muitas manhãs!Já sabemos que em São Paulo, a cidade que, dizem, não dorme nunca - tamanha a insónia de homens por existir - um dia tem mais de mil horas. Falta saber é: quantas vidas, tem, então, um dia!
Não chegam as noites, nem as vidas, nem as manhãs para confessar, porque elas, mergulhadas em tamanha insónia; ocupadas em não dormir nunca, para que possam pôr o relógio da vida a funcionar, e dar vida a uma cidade de várias cidades - estão atarefadas em contar quantos dias ainda pode ser dia, depois das noites!
Não chegam as noites, nem as vidas, nem as manhãs para confessar, porque elas, mergulhadas em tamanha insónia; ocupadas em não dormir nunca, para que possam pôr o relógio da vida a funcionar, e dar vida a uma cidade de várias cidades - estão atarefadas em contar quantos dias ainda pode ser dia, depois das noites!
sábado, dezembro 01, 2007
Dobrar a noite
Comer um crepe com nozes e mussarela de búfula. Beber uma "Original" num boteco perto de si! Bis da "Original"! De novo a "Original"! E mais um: glu, glu, glu! É reincidente e nada original beber de novo essa: a "Original". Mas é verdade. Chegar um amigo.E mais um. E mais outro. Outro e ainda aquele, aqueloutro. Para embalar as noites com desabafos quentes de afectos. E abraços prolongados!Receber um telefonema! Saber confortar. E depois outro. Pagar a conta. "Foi exagerado", pensamos! Sobretudo os que ficam para o fim, no rescaldo das dívidas daquilo que não ficou pago. E perdemos a coragem de dizer mais tarde o que o outro se esqueceu de pagar. Afinal somos de desabafos e afectos ternos. Sair de lá. Rondar por uma "Original" que já deixou de o ser às duas da manhã. Encontrar o lugar do snooker. Refúgio de altas horas, como um mal menor para quem não joga, como eu! Vem mais uma dessas que desde o início o é, mas neste texto já deixou de o ser. Saborear. Trocar. Beber. Saborear. Trocar...Depois dos afectos e dos desabafos, as conversas francas. Mais um gole. Mais um gole de palavras curtas e significados longos. Ficar ali. E entender que o pequeno-almoço é a próxima estação. Sair. Cheirar o pão. Mais fresco que o cheiro da manhã espontânea. Esta? Descer a rua. Sentar na escada. Bater à porta. Uma espera de mais 30 minutos com a noite densa e a madrugada alta. Cinco horas da manhã. Dez graus. Sabemos quem somos; e gostamos de sê-lo. Com demora, entrámos. Croissant e bebida quentes que se acabam de fazer na boca. A mulher diz que canta. Quer cantar.Os olhares de cumplicidade. A amizade que ninguém tira. O suspiro pelo dia. O respirar pela primeira manhã de Dezembro. Amanhecida com a luz do dia, depois da noite. Chegámos. Próxima estação nem a cama nos quer. Apenas que vejamos o dia. Assim como ele é, ao cair da noite, antes que seja outro. Por muito que se repita ele é assim: como a palavra que ainda o é e que neste texto já deixou de o ser. Bebi o dia, depois da noite!Terminei este post...glup!ahhhh!
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